Feminilidade e tons de preto e off-white são algumas das palavras-chaves para o desfile de PatBo, marca da mineira Patricia Bonaldi, que há seis edições se apresenta na New York Fashion Week. A estilista é a única brasileira que faz parte do calendário oficial do evento e, desta vez, levará no sábado (10) a brasilidade de sempre com a proposta do nome da coleção — “Femme Frames” — encarada com pluralidade.
Isso porque Bonaldi propõe tecidos como o veludo bordado e o crepe, apresentados com vazados cortados a laser, além de uma silhueta “audaciosa”, como definiu em um comunicado sobre a coleção enviado à imprensa.
+ PatBo: como foi o desfile de primavera/verão 2023
Criada em 2002, a PatBo passa por um processo de internacionalização. Para o público geral, isso se deu em duas ocasiões: quando Beyoncé vestiu um body com franjas assinada pela designer e quando a diva pop também pisou em Salvador com um look all jeans também da grife.
A seguir, cinco perguntas para Patricia Bonaldi sobre mercado da moda, inspiração e o lugar do Brasil no setor:
Qual é o planejamento para a PatBo neste processo de internacionalização em 2024?
A internacionalização é um caminho um pouco diferente do que o do Brasil. No nosso país, temos mais liberdade de errar, aprender e ir testando coisas, porque é um lugar que a gente domina mais. Para internacionalizar, precisa de mais planejamento, esperar um pouco mais antes de agir.
Isso foi uma coisa que fez muita diferença na internacionalização da PatBo: ter passado por consultorias antes, definição de mix de produto, de preço, de muita coisa relativa ao negócio que impacta na abertura do mercado internacional para a marca. E, obviamente, também pensamos em um produto que seja global, uma coleção que seja global, porque não pode ser uma marca que tenha uma roupa para vender no exterior e outra no Brasil. Então é criar uma marca que tenha uma percepção global realmente, que seja para mulheres do mundo todo.
As marcas de luxo globais têm em sua maioria mais homens do que mulheres como diretoras criativas. Como lida com esse fato, principalmente sendo um dos nomes da NYFW?
Eu acho que isso é um fato, né. Ta aí. Somos nós que estamos inventando isso, é uma realidade. Acho que está no nosso imaginário que estilistas, na maior parte das marcas de sucesso, são homens. Ainda tem que quebrar [o estereótipo] muito, já começou o processo, mas ainda tem um caminho longo para que isso seja equalizado.
Na minha opinião, não é que tem que ter mais homens ou mais mulheres, mas que tenha um equilíbrio da representação dos dois em qualquer categoria, principalmente na moda, que é tão desbalanceado ainda.
Quais foram os bastidores desse “encontro” de Beyoncé com suas produções? E qual é a importância de ter uma artista como ela escolhendo suas roupas?
O contato foi através da equipe dela de stylist com a minha PR em Nova York. Depois, soube por eles que ela já tinha várias roupas minhas que ela havia comprado, então ela conhecia a marca, e foi por conta dessa relação prévia que Beyoncé escolheu a PatBo para ser um dos looks da turnê dela.
Eles me mandaram um moodboard com várias inspirações, com imagens do que seria a vibe da tour e me deram muita liberdade para criar o look dela. Acho que isso foi fundamental, porque eles realmente confiaram no que poderíamos fazer para ela.
A gente nunca sabe se ela vai usar ou não, então foi uma grande surpresa quando ela usou. E foi um impacto gigantesco, não dá pra mensurar. É uma artista que tem um alcance mundial e o fato de ela escolher uma marca brasileira dentre tantas no mundo diz muito, confirma o caminho, valida o trabalho. Com certeza é um divisor de águas para a PatBo.
Na alta-costura e nas tendências das redes sociais, a feminilidade está em alta. Como vê esse movimento na moda?
Para mim, sempre esteve e estará em alta. A PatBo é uma etiqueta extremamente feminina, que não enxerga feminilidade como vulnerabilidade. A mulher pode decidir usar rosa, laço, qualquer coisa que é dita feminina, não é necessariamente associada a algo frágil. Pelo contrário. As mulheres podem usar o que bem quiserem, e isso não tem a ver com a força delas. A nossa força está na escolha, de poder ser ultrafeminina ou não.
Você levou a brasilidade a NYFW do ano passado. O que traz na coleção desta temporada?
Falando em feminilidade, esse desfile é uma ode à feminilidade. Ele é uma homenagem a todas que trabalham e produzem essas roupas e para quem a gente faz. A marca sempre foi o feminino. Nossas técnicas são revisitadas, com o trabalho manual que muita gente já conhece inclusive nos Estados Unidos, unindo a algumas novidades tecnológicas. São cortes a laser, por exemplo, que conversam com as técnicas mais antigas. Sobre tecidos, há veludo, renda, tules.
Feminilidade e tons de preto e off-white são algumas das palavras-chaves para o desfile de PatBo, marca da mineira Patricia Bonaldi, que há seis edições se apresenta na New York Fashion Week. A estilista é a única brasileira que faz parte do calendário oficial do evento e, desta vez, levará no sábado (10) a brasilidade de sempre com a proposta do nome da coleção — “Femme Frames” — encarada com pluralidade.
Isso porque Bonaldi propõe tecidos como o veludo bordado e o crepe, apresentados com vazados cortados a laser, além de uma silhueta “audaciosa”, como definiu em um comunicado sobre a coleção enviado à imprensa.
+ PatBo: como foi o desfile de primavera/verão 2023
Criada em 2002, a PatBo passa por um processo de internacionalização. Para o público geral, isso se deu em duas ocasiões: quando Beyoncé vestiu um body com franjas assinada pela designer e quando a diva pop também pisou em Salvador com um look all jeans também da grife.
A seguir, cinco perguntas para Patricia Bonaldi sobre mercado da moda, inspiração e o lugar do Brasil no setor:
Qual é o planejamento para a PatBo neste processo de internacionalização em 2024?
A internacionalização é um caminho um pouco diferente do que o do Brasil. No nosso país, temos mais liberdade de errar, aprender e ir testando coisas, porque é um lugar que a gente domina mais. Para internacionalizar, precisa de mais planejamento, esperar um pouco mais antes de agir.
Isso foi uma coisa que fez muita diferença na internacionalização da PatBo: ter passado por consultorias antes, definição de mix de produto, de preço, de muita coisa relativa ao negócio que impacta na abertura do mercado internacional para a marca. E, obviamente, também pensamos em um produto que seja global, uma coleção que seja global, porque não pode ser uma marca que tenha uma roupa para vender no exterior e outra no Brasil. Então é criar uma marca que tenha uma percepção global realmente, que seja para mulheres do mundo todo.
As marcas de luxo globais têm em sua maioria mais homens do que mulheres como diretoras criativas. Como lida com esse fato, principalmente sendo um dos nomes da NYFW?
Eu acho que isso é um fato, né. Ta aí. Somos nós que estamos inventando isso, é uma realidade. Acho que está no nosso imaginário que estilistas, na maior parte das marcas de sucesso, são homens. Ainda tem que quebrar [o estereótipo] muito, já começou o processo, mas ainda tem um caminho longo para que isso seja equalizado.
Na minha opinião, não é que tem que ter mais homens ou mais mulheres, mas que tenha um equilíbrio da representação dos dois em qualquer categoria, principalmente na moda, que é tão desbalanceado ainda.
Quais foram os bastidores desse “encontro” de Beyoncé com suas produções? E qual é a importância de ter uma artista como ela escolhendo suas roupas?
O contato foi através da equipe dela de stylist com a minha PR em Nova York. Depois, soube por eles que ela já tinha várias roupas minhas que ela havia comprado, então ela conhecia a marca, e foi por conta dessa relação prévia que Beyoncé escolheu a PatBo para ser um dos looks da turnê dela.
Eles me mandaram um moodboard com várias inspirações, com imagens do que seria a vibe da tour e me deram muita liberdade para criar o look dela. Acho que isso foi fundamental, porque eles realmente confiaram no que poderíamos fazer para ela.
A gente nunca sabe se ela vai usar ou não, então foi uma grande surpresa quando ela usou. E foi um impacto gigantesco, não dá pra mensurar. É uma artista que tem um alcance mundial e o fato de ela escolher uma marca brasileira dentre tantas no mundo diz muito, confirma o caminho, valida o trabalho. Com certeza é um divisor de águas para a PatBo.
Na alta-costura e nas tendências das redes sociais, a feminilidade está em alta. Como vê esse movimento na moda?
Para mim, sempre esteve e estará em alta. A PatBo é uma etiqueta extremamente feminina, que não enxerga feminilidade como vulnerabilidade. A mulher pode decidir usar rosa, laço, qualquer coisa que é dita feminina, não é necessariamente associada a algo frágil. Pelo contrário. As mulheres podem usar o que bem quiserem, e isso não tem a ver com a força delas. A nossa força está na escolha, de poder ser ultrafeminina ou não.
Você levou a brasilidade a NYFW do ano passado. O que traz na coleção desta temporada?
Falando em feminilidade, esse desfile é uma ode à feminilidade. Ele é uma homenagem a todas que trabalham e produzem essas roupas e para quem a gente faz. A marca sempre foi o feminino. Nossas técnicas são revisitadas, com o trabalho manual que muita gente já conhece inclusive nos Estados Unidos, unindo a algumas novidades tecnológicas. São cortes a laser, por exemplo, que conversam com as técnicas mais antigas. Sobre tecidos, há veludo, renda, tules.