Com 49 votos contrários e 45 favoráveis, o Senado não atingiu o mínimo para aprovar o financiamento temporário do governo. O impasse entre democratas e republicanos mantém a paralisação federal, já na quarta semana, e Trump ameaça cortar programas sociais se o bloqueio continuar
A votação no Senado dos Estados Unidos, realizada na tarde de terça-feira (14) em Washington, terminou com 49 votos contrários e 45 favoráveis, ficando abaixo dos 60 necessários para aprovar o avanço da proposta.
O projeto, de autoria republicana e já aprovado pela Câmara dos Representantes, previa o financiamento temporário do governo federal até 21 de novembro. Os democratas votaram em bloco contra a medida, defendendo que a aprovação deveria estar condicionada à ampliação dos programas de saúde pública que expiram ainda neste ano.
Os republicanos se recusaram a renegociar o texto, alegando que o programa de saúde conhecido como Obamacare beneficia imigrantes em situação irregular, embora não tenham apresentado provas.
Seis senadores não participaram da votação, entre eles John Fetterman, da Pensilvânia, um dos poucos democratas que havia apoiado o projeto em votações anteriores.
Ainda não há data definida para uma nova tentativa de votação no Senado. O recesso de fim de ano se aproxima e a Câmara, sob controle republicano, não convocou novas sessões.
Antes da votação, o presidente Donald Trump ameaçou cortar programas de assistência pública caso a paralisação do governo se prolongue por mais uma semana. Em conversa com jornalistas na Casa Branca, o republicano disse estar pronto para divulgar, na sexta-feira (17), uma lista de projetos apoiados pelos democratas que pretende suspender, chamando-os de ultrajantes e semicomunistas.
A paralisação já levou à demissão de centenas de servidores federais e provocou atrasos em aeroportos e nas fronteiras com o México. Democratas e republicanos continuam sem acordo sobre as medidas emergenciais de financiamento, deixando o país na quarta semana consecutiva de paralisação desde 1º de outubro.