Mulheres e magia: como a bruxaria vive no país hoje
Com a aproximação do Dia das Bruxas, em outubro, multiplicam-se as referências a bruxas de chapéu pontudo, contos de terror e personagens fantásticos. Mas, para além da imaginação popular, existe um universo concreto e cada vez mais presente na vida de mulheres que escolheram a espiritualidade pagã como caminho de autoconhecimento, cura e conexão.
Uma delas é Sara Koimbra, astróloga, taróloga, ocultista e sacerdotisa dedicada a Hécate e Afrodite. Sua trajetória não começou no ocultismo: a infância foi marcada por tradições evangélicas, até que o mergulho em estudos e práticas espirituais a levou a se reconhecer como magista. Hoje, ela conduz rituais coletivos e individuais que unem pessoas em busca de prosperidade, proteção e equilíbrio.
“A bruxaria, para mim, é uma prática espiritual que une conhecimento, devoção e magia aplicada à vida real”, explica Sara.
“A imagem popular do Halloween reduz a bruxa a uma caricatura folclórica. Já a prática em si é disciplina, ética e transformação pessoal.”
Sara Koimbra
Entre rituais e vida cotidiana
Os encontros conduzidos por Sara têm objetivos práticos. Segundo ela, os rituais funcionam como mecanismos de reorganização da consciência, o que se reflete no dia a dia das pessoas.
“Alguém que antes estava paralisado encontra clareza; quem carregava fardos descobre leveza. A magia é justamente a arte de transformar a consciência em conformidade com a vontade”, afirma, citando a ocultista britânica Dion Fortune.
Arquétipos femininos
Dois símbolos femininos ocupam lugar central em sua jornada espiritual: Hécate, ligada à sabedoria e às travessias, e Afrodite, associada ao magnetismo, à autoestima e à abundância.
“Essas forças se complementam. Hécate nos dá coragem para lidar com as sombras, enquanto Afrodite nos lembra da alegria de viver” , resume.
Tarot, astrologia e autoconhecimento
Ferramentas como astrologia e tarot também marcam sua trajetória.
“A astrologia revela ciclos e potenciais; o tarot traduz símbolos que ajudam a enxergar escolhas. São linguagens que ampliam a compreensão e permitem transformar consciência em ação” , destaca.
Um caminho acessível
Apesar de ainda cercada por preconceitos, a bruxaria contemporânea, na visão de Sara, pode ser acessada de forma simples por quem deseja se aproximar da espiritualidade pagã.
“Basta começar com gestos pequenos: acender uma vela, observar a lua, criar um espaço sagrado em casa. O medo nasce de visões distorcidas. Quando a prática é vivida, percebe-se que se trata de honrar a vida e respeitar o universo.”





