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Seu Jorge vai lançar 'disco americano' de música brasileira e mira Grammy

REDAÇÃO by REDAÇÃO
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No novo álbum “The Other Side”, Seu Jorge mistura samba, jazz, bossa nova e influências psicodélicas em versões de clássicos e parcerias com Beck e Maria Rita. O cantor aposta em um trabalho sofisticado para consolidar sua presença internacional e buscar um Grammy

(CBS NEWS) – Seu Jorge está na Black Service, produtora que ele comanda, sediada num estúdio moderno na garagem de sua casa em Barueri, região metropolitana de São Paulo. Ele retira de um saco uma foto feita nos Estados Unidos há 16 anos, em que aparece num momento casual, durante o dia, usando óculos escuros e segurando a caixa de um violão.

“Essa imagem é de 2009. Fiz questão de que ela fosse a capa”, ele diz, tratando de seu próximo álbum, que vem gravando desde quando posou para essa foto. “Fiz um disco meio sinfônico. É bem diferente de tudo o que já fiz.”

Os shows da turnê de seu álbum mais recente, o primeiro de inéditas em dez anos, “Baile à la Baiana”, lançado em fevereiro, seguem a todo vapor. Mas Seu Jorge não está muito interessado nisso. “Deixa eu mostrar esse negócio aqui”, diz, os olhos fixos no celular, de onde dispara as canções inéditas até um alto-falante.

“The Other Side”, o “disco americano” de Seu Jorge, deve sair no primeiro semestre do ano que vem. Ele canta em inglês e em português, entre o jazz, a bossa nova, o samba e o sonho -há um toque psicodélico, influência da sonoridade do Clube da Esquina, e uma ambientação cinematográfica.

“É um disco de música brasileira feito fora do país. Quis fazer samba para o gringo ouvir e falar que ‘sim, o Brasil continua'”, ele afirma. “E onde eu pudesse também me expressar mais como intérprete, não só como autor.”

Seu Jorge lembra como referência o catálogo da gravadora alemã ECM Records, que lançou gente como Chick Corea e Keith Jarrett, além de obras com os brasileiros Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos. Busca o estilo de composição de Claus Ogerman, maestro alemão que foi arranjador de discos fundamentais na exportação da bossa nova -em especial os de Tom Jobim, mas também “Amoroso”, de João Gilberto.

O álbum traz versões de “Crença”, que Milton Nascimento gravou em seu primeiro disco, de 1969, de “Caboclo”, de Arthur Verocai, e da música “Girl You Move Me”, de uma banda canadense de funk e soul do anos 1970 pouco conhecida, a Cane & Able. Há um dueto intenso com Maria Rita em “Vento de Maio”, composição de Márcio Borges gravada pelo irmão Lô Borges e também pela mãe da cantora, Elis Regina.

“Nunca vou me esquecer de olhar para a cara dela no dia da gravação. Foi muito emocionante”, ele conta. “Maria Rita jogando nessa posição é camisa dez, jogadora cara. A bola rola fácil.”

Ele também divide os microfones com o cantor americano Beck, fã de música brasileira e detentor de um Grammy de álbum do ano. Os dois interpretam “River Man”, de Nick Drake, cantor britânico morto em 1974, mas cultuado pelo mundo afora até hoje.

Seu Jorge ainda canta o que chama de “samba sem cavaco”, uma composição do violonista Cézar Mendes, e se aprofunda nas cordas, nos sopros, nos solos de guitarra, nas baterias de jazz e nos pianos no estilo João Donato, guiando tudo com um grave aveludado.

A obra vem para consolidar o brasileiro como expoente da música de seu país fora dele -em especial nos Estados Unidos. Conhecido pelo trabalho no cinema -incluindo atuações em “Cidade de Deus” e “A Vida Marinha com Steve Zissou”, este de Wes Anderson-, o carioca também já cantou suas versões desconstruídas de David Bowie em horário nobre no prestigioso festival Primavera Sound, em Barcelona, além de se apresentar no americano Coachella, entre outras atrações.

Mais do que isso, o cantor morou anos em Los Angeles, o coração da indústria fonográfica. Mesmo de volta ao Brasil, ele tem boa circulação por lá. “Aquilo me serviu para entender como funcionava, como era o centro da indústria do entretenimento. Fui ficar um ano lá, mas as coisas foram acontecendo -e fui ficando.”

Ao longo da década passada, Seu Jorge se moveu entre as porções norte e sul do continente americano. Manteve a carreira em alta em seu país de origem, para onde voltou de vez na pandemia, em particular com os dois volumes de “Músicas para Churrasco” e uma agenda sempre cheia.

Exímio e versátil intérprete, Seu Jorge já cantou um pouco de tudo, mas sua obra solo é mais conhecida pelo caldo de soul, funk e samba e o clima de descontração -de “Burguesinha” ao novo “Baile à la Baiana”. Em “The Other Side”, como o título sugere, as músicas revelam, nas palavras dele próprio, um “outro cara”, mais ligado à MPB do século passado e à tradição dos grandes instrumentistas da música brasileira.

“Vamos atrás de João Gilberto. Eles deixaram tudo para a gente investigar. Por que não se faz mais? Estou em busca de trazer sonoridade à atualidade”, diz Seu Jorge. “Nossa música pop, quando explora isso, é num lugar de memória –e não de autoridade. Estou atrás da beleza.”

É um dos trabalhos mais arrojados de Seu Jorge. Também um passo ambicioso de uma trajetória que começou no subúrbio do Rio de Janeiro, onde ele nasceu em 1970, viveu fazendo bicos e fugindo da violência policial até servir ao Exército e se encontrar como artista.

Foi só há pouco tempo, ele diz, que passou a entender sua origem não como pobre, mas miserável. “Ocupei casa até os 12 anos, não tinha dinheiro para nada”, diz. “Era o trabalho que me mantinha longe de constrangimento. Teve uma época, eu já rapaz de voz grossa, que era duro. Era blitz, brutalidade. Se eu não trabalhasse, aos olhos da polícia, era vagabundo.”

Desde que viu a possibilidade de ser artista, ele conta, nunca duvidou de que daria certo. “Sou um sobrevivente. Quando não dava para acreditar em nada, acreditava em tudo. Continuo assim. Sou um maluco dos sonhos.”

Agora, tem sido alvo de sua própria curiosidade o motivo de não ter desistido na adversidade. “Em algum momento entendi que eu não precisava de pressa para ter as coisas. E abri mão de ter coisas. Só queria ser. Deixei de querer ter dinheiro para ser o dinheiro. De querer ter uma casa para ser minha casa. Passei a ser o que eu queria ter.”

Segundo o cantor, sua busca na arte desde sempre se resume à expressão “o som que dá onda”. É uma frase que ele ouviu certa vez de um amigo músico e hippie pernambucano que encantava as plateias mais com o seu carisma do que pelo talento musical -resumido por Seu Jorge a “dois ou três acordes”.

“Tinha uns caras lá em Teresópolis que tocavam bem para caramba, mas o lugar deles estava sempre miado. Eles tocavam numa pose blasé. Ia um pessoal que ficava sentado com cara de conteúdo, balançando taça de vinho. Enquanto isso, o bar desse amigo estava sempre cheio”, ele lembra. “Uma hora a ficha caiu. A música ficava legal porque era ele. Se não tiver uma onda maneira, é só uma música tocada certinha.”

Enquanto toca seu próximo disco, ele é atingido pelas ondas sonoras. “Desculpe, vou aumentar”, diz, conforme cresce um solo de guitarra de sua versão lisérgica de “Caboclo”. “É que não tenho com quem dividir. Estou aproveitando essa oportunidade.”

Quando se aproxima do fim a audição informal de “The Other Side”, Seu Jorge diz que não tem um carinho especial pelo álbum -ou melhor, até tem, mas só até ele ser lançado. “Depois, é do mundo”, afirma. “Mas quero mesmo é o Grammy -e o americano. Vou tentar ser indicado. Ganhar já é outra coisa. Se for indicado, já ganhei.”

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