Estudo da Fundação Rockwool mostra que o país concentra o maior número de refugiados da União Europeia, impulsionado por sírios e ucranianos nos últimos anos. Apesar disso, os novos pedidos de asilo caíram de 330 mil em 2023 para 230 mil em 2024
O número de refugiados que vivem na Alemanha atingiu um recorde em 2024, chegando a 2,75 milhões, segundo estudo da Fundação Rockwool divulgado em Berlim. O dado representa um aumento em relação a 2023, quando o país registrava 2,6 milhões, consolidando-se como a nação da União Europeia (UE) que mais abriga refugiados. Em 2010, esse número era de apenas 600 mil.
De acordo com o relatório, o crescimento foi impulsionado principalmente pela chegada de sírios, a partir de 2015, e de ucranianos, a partir de 2022. Ainda assim, o número de novos pedidos de asilo caiu: foram 230 mil em 2024 contra 330 mil em 2023.
O diretor da fundação, Christian Dustmann, elogiou o anúncio do ministro do Interior alemão, Alexander Dobrindt, que prevê acesso dos solicitantes de asilo ao mercado de trabalho após três meses de permanência. Em nota, afirmou que estudos mostram que longos procedimentos de asilo sem acesso ao emprego têm sérias consequências negativas para a integração. Ele destacou também que é difícil compreender por que pessoas qualificadas são privadas da oportunidade de contribuir com o mercado de trabalho alemão em estágio inicial.
Na comparação proporcional, a Alemanha ocupa o terceiro lugar da UE, com 3,3% de refugiados em relação à população. O Chipre lidera, com 4,7%, seguido pela República Checa, com 3,6%. A Polônia, que acolhe 1,1 milhão de refugiados, a maioria ucranianos, e a França, com cerca de 720 mil, também figuram entre os países que mais recebem.
No total, o número de refugiados em toda a União Europeia chegou a 7,8 milhões em 2024, frente a 7,4 milhões no ano anterior. Em 2014, eram apenas 1,2 milhão, o que mostra que em uma década o contingente se multiplicou quase oito vezes.
O levantamento foi elaborado a partir de dados do Eurostat e do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).