São as únicas capitais do país com mais de 50% dos moradores vivendo em comunidades. Média do país é de 8,1%. Moradores da favela Educandos durante a pandemia de Covid-19 em Manaus
Bruno Kelly/Reuters
Belém e Manaus são as únicas capitais do país com mais da metade da população vivendo em favelas, revelam os dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em Belém, que em 2025 irá sediar a COP 30 – a conferência do clima das Nações Unidas –, 57,2% dos moradores estão em comunidades. Em Manaus, 55,8%.
Estes índices são bem maiores que a média do país, de 8,1% – um total de 16,4 milhões dos 203 milhões de brasileiros, que moram em 12.348 favelas distribuídas por 656 municípios (clique aqui para consultar quantas pessoas vivem em favelas em sua cidade).
No conjunto, a Região Norte tem a maior fatia de pessoas vivendo em favela: são 18,9%, o dobro dos 8,5% do Nordeste e os 8,4% do Sudeste. O Sul tem 3,2% e o Centro-Oeste, 2,4%.
Os três estados brasileiros com maior população em favelas são da região Norte: Amazonas (34,7%), Amapá (24,4%) e Pará (18,8%).
Todas as cinco cidades brasileiras com maior percentual de população em favelas são do Norte:
Moradores de favelas
De acordo com o IBGE, grande parte das comunidades acompanham a margem do rio Amazonas.
“A urbanização dessas cidades na região Norte não contou com uma base produtiva mais consolidada no processo histórico. Além disso, Manaus e a concentração urbana de Belém apresentam uma condição de macrocefalia, ou seja, uma única área que concentra fortemente os serviços, promovendo com isso uma forte atração de população”, analisa a pesquisadora do IBGE Letícia de Carvalho.
IBGE passa a chamar as favelas de favelas
Veja abaixo, em vermelho, as regiões de favela de Belém
Veja abaixo, em vermelho, as regiões de favela de Manaus: