Boulos disse ser contra essa norma da Câmara, porque não há “razão de ser nela”. “Agora, se essa é a regra que está sendo utilizada, você não pode usá-la para a extrema-direita e não para quem é do campo oposto. Se a regra do Conselho de Ética da Câmara é que só se cumpra na legislatura, não pode ser uma para os bolsonaristas e outra para o Janones. Em nenhum momento relativizei o crime de rachadinha”.
Guilherme Boulos destacou que Janones não é seu correligionário e que o partido de Janones apoia seu adversário na disputa pela prefeitura de São Paulo. “O Janones não é do meu partido. A relação que tenho com ele é que apoiamos o Lula. O partido do Janones aqui em São Paulo apoia o Ricardo Nunes. Os bolsonaristas da Câmara queriam usar isso [a acusação de rachadinha] como trófeu, os mesmos caras livrados pelo Arthur Lira de sequer ir ao Conselho de Ética. Você não pode ter uma balança desequilibrada”.
Boulos diz se chatear com piadas de invasão por atuação no MTST
O deputado disse ter aprendido que não adianta brigar contra a pecha pejorativa, mas, sim, reverter para o próprio benefício, embora as piadas lhe deixem chateado. “Tentamos esclarecer isso para além do argumento e fizemos isso nas redes sociais brincando, porque se é isso que chama a atenção para a gente poder falar o que é, beleza. Agora isso me chateia de verdade, não por mim, mas pelas tantas pessoas que conheci no movimento, e que às vezes são atacadas como ‘vagabundas, que querem as coisas fáceis e tomam o que é dos outros'”.
Ele esclareceu a atuação do MTST e afirmou que o movimento social “nunca tomou ou invadiu a casa de ninguém”, mas, ao contrário disso, “dá casa para as pessoas”. Boulos destacou que o MTST invade apenas propriedades que estão em situação irregular com o Estado, para que a Justiça cumpra o que preconiza a Constituição, de que esses imóveis devem ter uma função social.