Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante pronunciamento no Senado sobre crise com Israel. Pedro França/Agência Senado
O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou neste domingo as ações de Israel em Gaza como ilegais e imorais e indicou que o Brasil vai liderar uma campanha para que a Palestina seja aceita como estado membro da ONU e não apenas como um membro observador. O chefe do Itamaraty desembarcou em Ramala, na Palestina, para um giro por países da região, sem incluir Israel. Além da Palestina ele também vai passar pela Arábia Saudita, Líbano e Jordânia.
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Mauro Vieira representou o presidente Lula, que recebeu uma homenagem da fundação Yasser Arafat, como membro honorário do grupo. No discurso de agradecimento, o chanceler brasileiro disse que iria dizer de forma alta e clara que é ilegal e imoral impedir as pessoas de ter acesso à comida e água, atacar operações humanitárias e quem está buscando ajuda, impedir os doentes e feridos de assistência de saúde e destruir hospitais, locais sagrados, cemitérios e abrigos.
Ainda no discurso, Vieira lembrou que a ONU, 75 anos atrás, reconheceu a Palestina como um Estado e que, portanto, não há razão para que até hoje não seja um membro pleno da organização. O chanceler brasileiro disse ainda que o Brasil reitera a posição de que a solução para a região é a criação de dois estados e que o país continuará firme no apoio para que a Palestina seja admitida como membro pleno da ONU.
O professor de Relações Internacionais Vladimir Feijó explica que já era esperado Vieira não vistar Israel neste giro pelo Oriente Médio, diante da crise diplomático entre os países, mas que chama a atenção a posição do Brasil em liderar agora a revisão no status da Palestina para que seja membro pleno da ONU.
Mauro Vieira insistiu ainda na necessidade de um cessar-fogo em Gaza para permitir a ajuda humanitária e lembrou que o Brasil já propôs uma resolução do tipo na ONU, mas ela foi vetada. O chanceler confirmou ainda que o Brasil vai manter a ajuda financeira à agência da ONU que cuida de refugiados palestinos. O órgão foi acusado por Israel de abrigar terroristas do Hamas e boa parte dos financiadores deixou de repassar dinheiro. O Brasil colabora com cerca de 75 mil dólares anuais e vai manter a ajuda, embora modesta, como um gesto de apoio político.
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