Documento aponta que demora para oferecer oxigênio e suporte clínico adequado foi decisiva para morte de Roberta Correa, que sofreu uma parada cardíaca depois da anestesia e morreu dias depois. Laudo aponta demora no atendimento como determinante para morte de fotógrafa em Cosmópolis
A Polícia Civil recebeu o laudo médico da fotógrafa e influenciadora digital Roberta Correa, que morreu em outubro após realizar um procedimento estético em uma clínica particular de Cosmópolis (SP). A conclusão do inquérito dependia do laudo sobre a causa do óbito.
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O documento descarta a possibilidade de a morte ter sido causado por uma doença pré-existente e aponta que “a demora para ofertar oxigênio e suporte clínico adequado foi decisiva para o desfecho fatal”, conforme afirmou o delegado.
Com base nas informações, de acordo com o delegado responsável pelo caso, Fernando Perigolo, a biomédica e a esteticista que realizaram o procedimento serão indiciadas por homicídio com dolo eventual, quando não há a intenção de matar, mas se assume o risco. Elas serão intimadas a comparecerem à delegacia na próxima semana.
Fotógrafa Roberta Correa morreu depois de dar entrada em uma clínica de Cosmópolis para fazer procedimento estético
Arquivo Pessoal
Depoimentos
A Polícia Civil encerrou a fase de depoimentos na investigação a respeito da morte da fotógrafa Roberta Correa, após receber anestesia para realizar um procedimento estético para remover gordura localizada, em Cosmópolis (SP), no dia 25 de outubro. Depois disso, delegado responsável pelo caso, aguardava o resultado do laudo sobre a causa da morte da paciente para concluir o inquérito.
O médico que atendeu a paciente foi ouvido e, na ocasião, não descartou a possibilidade de que ela pudesse ter apresentado reação alérgica ao anestésico, mas isso só poderia ser confirmado na conclusão do laudo.
Polícia recolhe último depoimento sobre morte de fotógrafa em Cosmópolis
No total, foram ouvidas 11 pessoas, entre elas a biomédica Vanuza de Aguilar Takata e a esteticista Isabella Dourado Fernandes, que realizavam o procedimento quando Roberta começou a passar mal.
Também foram ouvidos profissionais de saúde que prestaram socorro à fotógrafa, a dona do espaço de estética e outras pessoas que trabalhavam no local, além de familiares da vítima.
“Somente após o laudo analisarei se a Isabella e Vanuza serão indiciadas ou não”, explicou o delegado Fernando Perigolo.
Não há previsão de quando o laudo necroscópico – sobre a causa da morte – será concluído, mas há possibilidade de que isso ocorra na próxima semana. O local onde ocorreu o procedimento também foi alvo de perícia.
Caso haja constatação de irregularidade, o delegado diz que as investigadas podem responder por homicídio culposo, que é quando não há intenção de matar.
O que diz a defesa de Isabella
O advogado de Isabella, Rodrigo Feitosa Lopes, reforçou que ela possui todas as habilitações profissionais exigidas em lei, incluindo o curso para aplicação de endolaser, e que os documentos que comprovam isso foram entregues à polícia.
A defesa também apontou que, embora seja minimamente invasivo, esse procedimento, assim como outras técnicas, não está isento de eventuais riscos, embora eles sejam raríssimos.
“A ficha de anamnese [pesquisa de histórico de saúde da paciente] em questão consta a informação que não possuía antecedentes de reações alérgicas, irritações ou sensações de desconfortos intensas a produtos de uso cosméticos e medicamentos”, acrescentou.
“Lamentamos profundamente a perda da Sra. Roberta Correa e sabemos que não há nada que possa consolar essa dor. E tudo que estiver ao alcance para que esse processo seja menos doloroso, estaremos à disposição. Apenas ressaltamos que as profissionais envolvidas agiram de maneira ética e profissional, no exercício regular da profissão, de modo responsivo e responsável”.
Esteticista chega para prestar depoimento em Cosmópolis
Júnia Vasconcelos/ EPTV
O que diz a defesa de Vanuza
O advogado de Vanuza, João Paulo Sangion, disse que Roberta teria dito que tinha melhorado, antes de um desconforto, e depois convulsionou.
“O calafrio e uma leve sensação, desconforto de queimação, podem ser sintomas normais da aplicação de uma anestesia, segundo a experiência delas, os cursos que minha cliente fez. Então, o que houve? Chegou um momento que ela [Roberta] disse: ‘ok, já estou me sentindo bem novamente’ com o cobertor. Então, ela convulsionou”.
Em nota divulgada após a morte de Roberta, a biomédica afirmou que a paciente passou mal no início da aplicação do anestésico, realizado pela outra profissional. E que “o socorro foi prestado imediatamente e as profissionais colocaram-se à disposição para todas as necessidades e averiguações”.
“É importante esclarecer que a senhora Vanuza é biomédica há 12 anos, pós-graduada em medicina estética há quatro anos e está totalmente disposta a colaborar com as investigações”, afirmou o advogado da profissional.
O conselho informou que, até o momento, não há registro de irregularidades durante a atividade profissional dela. No entanto, o CRBM1 também apura o caso.
Vanuza chega para prestar depoimento à Polícia Civil em Cosmópolis
Gustavo Biano/ EPTV
Entenda a cronologia do caso
Roberta Correa procurou clínica para fazer um endolaser, técnica para remover gordura localizada, mas passou mal e morreu.
Uma prima da vítima disse que, depois da anestesia, Roberta começou a sentir um calafrio, desmaiou e teve uma parada cardíaca.
Ela foi socorrida e levada para a Santa Casa da cidade, onde foi constatado que tinha tido ocorrido uma parada cardíaca. Cinco dias depois, teve morte cerebral.
Roberta era fotógrafa, trabalhava com comunicação e produção musical. Era conhecida na cidade e deixa dois filhos e o marido.
A clínica fica a cerca de 350 metros da Santa Casa de Misericórdia de Cosmópolis e a família diz que a biomédica demorou para pedir o resgate.
O local foi lacrado após constatação de que não tinha autorização para realizar o procedimento estético.
A Polícia Civil instaurou inquérito e o Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região (CRBM1) também apura o caso.
O CRBM1 informou que “não há registro de quaisquer irregularidades contra a profissional Vanuza de Aguilar Takata”, e que ela é biomédica regularmente, mas que vai seguir acompanhando o caso.
A responsável pelo imóvel onde ocorreu atendimento afirma que aluga ele para profissionais de beleza, incluindo a clínica, e que cada um é responsável por sua prestação de serviço.
Clínica onde Roberta Correa foi atendida fica no Spazio Di Bellezza Estevam, em Cosmópolis
Reprodução/EPTV
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A Polícia Civil recebeu o laudo médico da fotógrafa e influenciadora digital Roberta Correa, que morreu em outubro após realizar um procedimento estético em uma clínica particular de Cosmópolis (SP). A conclusão do inquérito dependia do laudo sobre a causa do óbito.
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O documento descarta a possibilidade de a morte ter sido causado por uma doença pré-existente e aponta que “a demora para ofertar oxigênio e suporte clínico adequado foi decisiva para o desfecho fatal”, conforme afirmou o delegado.
Com base nas informações, de acordo com o delegado responsável pelo caso, Fernando Perigolo, a biomédica e a esteticista que realizaram o procedimento serão indiciadas por homicídio com dolo eventual, quando não há a intenção de matar, mas se assume o risco. Elas serão intimadas a comparecerem à delegacia na próxima semana.
Fotógrafa Roberta Correa morreu depois de dar entrada em uma clínica de Cosmópolis para fazer procedimento estético
Arquivo Pessoal
Depoimentos
A Polícia Civil encerrou a fase de depoimentos na investigação a respeito da morte da fotógrafa Roberta Correa, após receber anestesia para realizar um procedimento estético para remover gordura localizada, em Cosmópolis (SP), no dia 25 de outubro. Depois disso, delegado responsável pelo caso, aguardava o resultado do laudo sobre a causa da morte da paciente para concluir o inquérito.
O médico que atendeu a paciente foi ouvido e, na ocasião, não descartou a possibilidade de que ela pudesse ter apresentado reação alérgica ao anestésico, mas isso só poderia ser confirmado na conclusão do laudo.
Polícia recolhe último depoimento sobre morte de fotógrafa em Cosmópolis
No total, foram ouvidas 11 pessoas, entre elas a biomédica Vanuza de Aguilar Takata e a esteticista Isabella Dourado Fernandes, que realizavam o procedimento quando Roberta começou a passar mal.
Também foram ouvidos profissionais de saúde que prestaram socorro à fotógrafa, a dona do espaço de estética e outras pessoas que trabalhavam no local, além de familiares da vítima.
“Somente após o laudo analisarei se a Isabella e Vanuza serão indiciadas ou não”, explicou o delegado Fernando Perigolo.
Não há previsão de quando o laudo necroscópico – sobre a causa da morte – será concluído, mas há possibilidade de que isso ocorra na próxima semana. O local onde ocorreu o procedimento também foi alvo de perícia.
Caso haja constatação de irregularidade, o delegado diz que as investigadas podem responder por homicídio culposo, que é quando não há intenção de matar.
O que diz a defesa de Isabella
O advogado de Isabella, Rodrigo Feitosa Lopes, reforçou que ela possui todas as habilitações profissionais exigidas em lei, incluindo o curso para aplicação de endolaser, e que os documentos que comprovam isso foram entregues à polícia.
A defesa também apontou que, embora seja minimamente invasivo, esse procedimento, assim como outras técnicas, não está isento de eventuais riscos, embora eles sejam raríssimos.
“A ficha de anamnese [pesquisa de histórico de saúde da paciente] em questão consta a informação que não possuía antecedentes de reações alérgicas, irritações ou sensações de desconfortos intensas a produtos de uso cosméticos e medicamentos”, acrescentou.
“Lamentamos profundamente a perda da Sra. Roberta Correa e sabemos que não há nada que possa consolar essa dor. E tudo que estiver ao alcance para que esse processo seja menos doloroso, estaremos à disposição. Apenas ressaltamos que as profissionais envolvidas agiram de maneira ética e profissional, no exercício regular da profissão, de modo responsivo e responsável”.
Esteticista chega para prestar depoimento em Cosmópolis
Júnia Vasconcelos/ EPTV
O que diz a defesa de Vanuza
O advogado de Vanuza, João Paulo Sangion, disse que Roberta teria dito que tinha melhorado, antes de um desconforto, e depois convulsionou.
“O calafrio e uma leve sensação, desconforto de queimação, podem ser sintomas normais da aplicação de uma anestesia, segundo a experiência delas, os cursos que minha cliente fez. Então, o que houve? Chegou um momento que ela [Roberta] disse: ‘ok, já estou me sentindo bem novamente’ com o cobertor. Então, ela convulsionou”.
Em nota divulgada após a morte de Roberta, a biomédica afirmou que a paciente passou mal no início da aplicação do anestésico, realizado pela outra profissional. E que “o socorro foi prestado imediatamente e as profissionais colocaram-se à disposição para todas as necessidades e averiguações”.
“É importante esclarecer que a senhora Vanuza é biomédica há 12 anos, pós-graduada em medicina estética há quatro anos e está totalmente disposta a colaborar com as investigações”, afirmou o advogado da profissional.
O conselho informou que, até o momento, não há registro de irregularidades durante a atividade profissional dela. No entanto, o CRBM1 também apura o caso.
Vanuza chega para prestar depoimento à Polícia Civil em Cosmópolis
Gustavo Biano/ EPTV
Entenda a cronologia do caso
Roberta Correa procurou clínica para fazer um endolaser, técnica para remover gordura localizada, mas passou mal e morreu.
Uma prima da vítima disse que, depois da anestesia, Roberta começou a sentir um calafrio, desmaiou e teve uma parada cardíaca.
Ela foi socorrida e levada para a Santa Casa da cidade, onde foi constatado que tinha tido ocorrido uma parada cardíaca. Cinco dias depois, teve morte cerebral.
Roberta era fotógrafa, trabalhava com comunicação e produção musical. Era conhecida na cidade e deixa dois filhos e o marido.
A clínica fica a cerca de 350 metros da Santa Casa de Misericórdia de Cosmópolis e a família diz que a biomédica demorou para pedir o resgate.
O local foi lacrado após constatação de que não tinha autorização para realizar o procedimento estético.
A Polícia Civil instaurou inquérito e o Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região (CRBM1) também apura o caso.
O CRBM1 informou que “não há registro de quaisquer irregularidades contra a profissional Vanuza de Aguilar Takata”, e que ela é biomédica regularmente, mas que vai seguir acompanhando o caso.
A responsável pelo imóvel onde ocorreu atendimento afirma que aluga ele para profissionais de beleza, incluindo a clínica, e que cada um é responsável por sua prestação de serviço.
Clínica onde Roberta Correa foi atendida fica no Spazio Di Bellezza Estevam, em Cosmópolis
Reprodução/EPTV
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