A diferença do Nordeste, onde a Embrapa Uva e Vinho fez pesquisas e fomentou a expansão da vitivinicultura, e do Sudeste, onde a Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) criou todo um novo sistema de produção para o cultivo de vitis viníferas, o vinho de Goiás de início brotou a partir de iniciativas privadas de meia dúzia de entusiastas.
O próprio professor José Roberto de Freitas é um deles. Em 2010, fez um curso sobre uvas de mesa na Embrapa e começou a implantar cultivares de mesa na fazenda experimental da UEG. Logo depois, ouviu falar do Marcelo e provou seus vinhos. Em 2014, foi visitá-lo. Em 2017, conseguiu recursos federais para construir a vinícola experimental da universidade.
Os recursos, no entanto, eram escassos. Tanto que, pouco depois, Freitas plantou uma série de variedades de uvas viníferas em suas próprias terras para tocar uma pesquisa particular, bancada de seu próprio bolso. Daí surgiu, então, a sua própria vinícola, a Vinhedos do Cerrado, também em Ipameri.
Há a ideia de uma parceria entre Embrapa, Emater-GO (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Goiás) e U EG, mas está meio parada. Dois pesquisadores da Embrapa desenvolvem trabalhos em projetos isolados na região: João Dimas Garcia Maia, com uvas híbridas, desde 2012, na vinícola Serra das Galés, em Paraúnas, e Giuliano Elias Pereira, desde 2019, na Fazenda Trijunção, da família Marinho, na divisa onde Goiás, Bahia e Minas Gerais se encontram.
Ajuda de profissionais
Os próprios produtores acabam por pedir ajuda de profissionais experientes. O casal de engenheiros Carolina Podesta Santana e Milton Sales Santana, por exemplo, começou por conta própria e depois trouxe o enólogo chileno radicado no interior de São Paulo,Christian Sepúlveda, para garantir que o projeto da Monte Castelo, em Jaraguá, iria vingar.