Cameli é suspeito de comandar esquema de fraude em licitações. Se efetivado o afastamento do gestor pela ministra Nancy Andrighi, Mailza assume o posto de governadora e será a primeira mulher a chefiar o estado do Acre após 40 anos. Gladson Cameli ao lado de sua vice, Mailza Assis, na diplomação da reeleição, em 1º de janeiro de 2023
Marcos Vicentti/Secom
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o afastamento imediato do governador do Acre, Gladson Cameli (PP). O caso ainda será analisado. Caso o afastamento se confirme, a vice-governadora Mailza Assis assume o comando do estado.
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O pedido de afastamento de Cameli faz parte da denúncia oferecida nesta terça-feira (28) pela PGR contra o chefe do Executivo e outras 12 pessoas pelos crimes de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Leia mais abaixo.
Se efetivado o afastamento de Cameli, Mailza se tornará a segunda governadora do Acre após 40 anos.
Perfil de Mailza
Mailza Assis da Silva é natural de Mundo Novo, do Mato Grosso do Sul, nasceu em 10 de dezembro de 1976 e tem 46 anos. Ela integrou a chapa de reeleição do governador Gladson Cameli, eleita para a gestão 2023-2026.
Formada em Direito, Assis mudou-se para o estado acreano aos 20 anos e começou a carreira política na cidade de Senador Guiomard, no interior do Acre, onde foi secretária municipal de Administração e, também, de Assistência Social.
Ela foi casada com o ex-prefeito de Senador Guiomard James Gomes. Por conta disto, usava o sobrenome do ex-esposo. Após a separação, passou a utilizar o “Assis” nas pautas políticas.
Mailza tomou maior projeção na carreira de política quando foi eleita primeira suplente na chapa de Gladson Cameli, que disputava a única vaga do estado no Senado Federal.
Na época, Cameli venceu com 218.756 votos, o que corresponde a 58,36% dos votos válidos, contra 136.706 de Perpétua Almeida (PCdoB), ou 36,47%, que era a oponente direta.
Em 2018, Cameli abdicou do cargo para concorrer ao governo do estado. Então, Mailza assumiu a cadeira em 2019, permanecendo por quatro anos. Inclusive, durante este período, foi presidente estadual do Progressistas e líder da bancada do partido no Senado.
Mailza foi a quarta e última senadora mulher do Acre. Antes dela, Íris Célia Cabanellas e Laélia de Alcântara (esta suplente) assumiram o posto, além de Marina Silva, que foi eleita em 1994 e reeleita em 2002.
Em 2022, Mailza foi convidada por Gladson para compor a chapa de reeleição ao governo do Acre, ficando na vaga anteriormente ocupada por Major Rocha, que estava no primeiro mandato.
Com 56,75% dos votos válidos, Cameli e Mailza venceram Jorge Viana (PT), principal oponente na época.
Mailza é a terceira vice-governadora mulher do Acre desde o pós-Estado Novo. Ou seja, foi a partir de 1970 que o Acre teve instituído o cargo de vice, oito anos após ser elevado à categoria de estado.
Antes dela, Iolanda Fleming (que foi vice e se tornou governadora em 1983) e Nazareth Araújo ocuparam o cargo.
Gladson comemorou ao lado de sua vice, Mailza Assis da Silva
Aline Nascimento/g1
Denúncia
O pedido de afastamento de Cameli faz parte da denúncia oferecida nesta terça-feira (28) pela PGR contra o chefe do Executivo e outras 12 pessoas pelos crimes de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A decisão caberá à ministra Nancy Andrighi.
A denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o governador Gladson Cameli aponta que a empresa Murano Construções e empresas subcontratadas – sendo o irmão do governador, Gledson Cameli, um dos sócios dessa empresa – teriam pagado propina ao chefe do executivo estadual em valores que superam os R$ 6,1 milhões, por meio do pagamento de parcelas de um apartamento em um bairro nobre de São Paulo e de um carro de luxo.
“Embora a denúncia trate apenas dos crimes praticados no âmbito do contrato firmado pelo governo estadual do Acre com a empresa Murano, há provas de que o esquema se manteve mesmo após o encerramento da contratação. Foram identificados oito contratos com ilegalidades, e a estimativa é que os prejuízos aos cofres públicos alcancem quase R$ 150 milhões”, diz o Ministério Público Federal (MPF).
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STF) que o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), seja imediatamente afastado do cargo.
Ao longo de quase 200 páginas, o MPF apresenta amplo material probatório dos crimes praticados e que tiveram como ponto de partida a fraude licitatória, o que consistiu na adesão da Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do Estado do Acre a uma ata de registro de preços vencida pela empresa Murano, que tem sede em Brasília (DF), e nunca havia prestado serviços no Estado do Acre.
Em nota, o governador do Acre, Gladson Cameli, disse que confia na Justiça, se mantém à disposição para quaisquer esclarecimentos e continua com sua agenda na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28), que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.
“Diante das publicações recentes veiculadas na imprensa acreana e nacional acerca de denúncia da Procuradoria-Geral da República, e, consequente, pedido de afastamento do exercício do mandato, o governador Gladson Cameli mantém sua confiança na Justiça, mantendo-se à disposição para quaisquer esclarecimento, bem como permanece cumprindo suas obrigações como chefe do Poder Executivo do Estado do Acre.”
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Marcos Vicentti/Secom
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o afastamento imediato do governador do Acre, Gladson Cameli (PP). O caso ainda será analisado. Caso o afastamento se confirme, a vice-governadora Mailza Assis assume o comando do estado.
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O pedido de afastamento de Cameli faz parte da denúncia oferecida nesta terça-feira (28) pela PGR contra o chefe do Executivo e outras 12 pessoas pelos crimes de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Leia mais abaixo.
Se efetivado o afastamento de Cameli, Mailza se tornará a segunda governadora do Acre após 40 anos.
Perfil de Mailza
Mailza Assis da Silva é natural de Mundo Novo, do Mato Grosso do Sul, nasceu em 10 de dezembro de 1976 e tem 46 anos. Ela integrou a chapa de reeleição do governador Gladson Cameli, eleita para a gestão 2023-2026.
Formada em Direito, Assis mudou-se para o estado acreano aos 20 anos e começou a carreira política na cidade de Senador Guiomard, no interior do Acre, onde foi secretária municipal de Administração e, também, de Assistência Social.
Ela foi casada com o ex-prefeito de Senador Guiomard James Gomes. Por conta disto, usava o sobrenome do ex-esposo. Após a separação, passou a utilizar o “Assis” nas pautas políticas.
Mailza tomou maior projeção na carreira de política quando foi eleita primeira suplente na chapa de Gladson Cameli, que disputava a única vaga do estado no Senado Federal.
Na época, Cameli venceu com 218.756 votos, o que corresponde a 58,36% dos votos válidos, contra 136.706 de Perpétua Almeida (PCdoB), ou 36,47%, que era a oponente direta.
Em 2018, Cameli abdicou do cargo para concorrer ao governo do estado. Então, Mailza assumiu a cadeira em 2019, permanecendo por quatro anos. Inclusive, durante este período, foi presidente estadual do Progressistas e líder da bancada do partido no Senado.
Mailza foi a quarta e última senadora mulher do Acre. Antes dela, Íris Célia Cabanellas e Laélia de Alcântara (esta suplente) assumiram o posto, além de Marina Silva, que foi eleita em 1994 e reeleita em 2002.
Em 2022, Mailza foi convidada por Gladson para compor a chapa de reeleição ao governo do Acre, ficando na vaga anteriormente ocupada por Major Rocha, que estava no primeiro mandato.
Com 56,75% dos votos válidos, Cameli e Mailza venceram Jorge Viana (PT), principal oponente na época.
Mailza é a terceira vice-governadora mulher do Acre desde o pós-Estado Novo. Ou seja, foi a partir de 1970 que o Acre teve instituído o cargo de vice, oito anos após ser elevado à categoria de estado.
Antes dela, Iolanda Fleming (que foi vice e se tornou governadora em 1983) e Nazareth Araújo ocuparam o cargo.
Gladson comemorou ao lado de sua vice, Mailza Assis da Silva
Aline Nascimento/g1
Denúncia
O pedido de afastamento de Cameli faz parte da denúncia oferecida nesta terça-feira (28) pela PGR contra o chefe do Executivo e outras 12 pessoas pelos crimes de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A decisão caberá à ministra Nancy Andrighi.
A denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o governador Gladson Cameli aponta que a empresa Murano Construções e empresas subcontratadas – sendo o irmão do governador, Gledson Cameli, um dos sócios dessa empresa – teriam pagado propina ao chefe do executivo estadual em valores que superam os R$ 6,1 milhões, por meio do pagamento de parcelas de um apartamento em um bairro nobre de São Paulo e de um carro de luxo.
“Embora a denúncia trate apenas dos crimes praticados no âmbito do contrato firmado pelo governo estadual do Acre com a empresa Murano, há provas de que o esquema se manteve mesmo após o encerramento da contratação. Foram identificados oito contratos com ilegalidades, e a estimativa é que os prejuízos aos cofres públicos alcancem quase R$ 150 milhões”, diz o Ministério Público Federal (MPF).
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STF) que o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), seja imediatamente afastado do cargo.
Ao longo de quase 200 páginas, o MPF apresenta amplo material probatório dos crimes praticados e que tiveram como ponto de partida a fraude licitatória, o que consistiu na adesão da Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do Estado do Acre a uma ata de registro de preços vencida pela empresa Murano, que tem sede em Brasília (DF), e nunca havia prestado serviços no Estado do Acre.
Em nota, o governador do Acre, Gladson Cameli, disse que confia na Justiça, se mantém à disposição para quaisquer esclarecimentos e continua com sua agenda na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28), que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.
“Diante das publicações recentes veiculadas na imprensa acreana e nacional acerca de denúncia da Procuradoria-Geral da República, e, consequente, pedido de afastamento do exercício do mandato, o governador Gladson Cameli mantém sua confiança na Justiça, mantendo-se à disposição para quaisquer esclarecimento, bem como permanece cumprindo suas obrigações como chefe do Poder Executivo do Estado do Acre.”
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