Essa é a primeira vez que o presidente faz menção aos depoimentos à Polícia Federal liberados na última sexta-feira (15). O ministro do STF Alexandre de Moraes tirou o sigilo sobre as oitivas de 27 pessoas sobre a suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro na Presidência (leia a íntegra dos documentos).
Bolsonaro e outros 13 investigados ficaram em silêncio em depoimento. Já o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes ligou o ex-presidente ao rascunho de decreto de golpe.
Lula falou na primeira reunião ministerial do ano, agendada após pesquisas de opinião indicarem queda na aprovação do governo. O presidente afirmou que é dever de sua equipe mostrar as ações dos últimos 13 meses. “Se as pessoas não falam bem da gente, ou bem das coisas que a gente fez, nós é que temos que falar”, disse.
Ao contrário do que pretendia —focar nos resultados do governo—, Lula dedicou grande parte da sua breve fala a Bolsonaro.
Embora o Planalto negue, pessoas próximas ao presidente admitem que o presidente não ficou “especialmente irritado” com os resultados das pesquisas. A pessoas próximas e a ministros, Lula tem admitido que já esperava que os resultados conquistados fossem mais sentidos. Seu ponto principal é a economia: se o preço baixou e os empregos aumentaram, isso deveria ter sido sentido.
Crise na comunicação
Lula tem repetido durante todo o mandato que os feitos do governo não chegam à população. Nos encontros, costuma dizer que o governo tem diversas conquistas em diferentes setores, mas que essa “sensação” não bate na população.