A alegação da defesa é que não é possível ter a certeza de que o vídeo recuperado é o mesmo que foi publicado e deletado pelo ex-presidente. Eles afirmam que é preciso uma “fundamentação técnica, meticulosa e detalhada” para garantir a autenticidade das imagens.
O video contestava o resultado das eleições. A publicação feita pelo ex-presidente veiculava trecho de entrevista do procurador de Mato Grosso do Sul, Felipe Marcelo Gimenez, com questionamentos ao resultado das urnas. O vídeo foi deletado duas horas depois.
A defesa afirmou que a publicação foi feita por engano por Bolsonaro. Os advogados dizem que ele postou o vídeo sem querer pois estava tentando encaminhá-lo para o seu próprio WhatsApp. Também alegam que o ex-presidente estava sob efeito de morfina.
Moraes cobrou a Meta, mas a empresa disse que não estava mais armazenado nos servidores. A plataforma alegou que não poderia cumprir a medida.
A PGR, porém, disse que recuperou o vídeo. No último dia 15, o subprocurador Carlos Frederico Santos enviou ao Supremo um relatório técnico elaborado pela Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise do MPF, que comprova a recuperação das imagens publicadas por Bolsonaro.
É preciso cautela ao se analisar o referido conteúdo como prova, uma vez que a mera associação entre um vídeo apagado e um supostamente salvo não pode ser tomada como uma correspondência definitiva. Afinal, estamos lidando com contextos e provedores diferentes. A noção de que o vídeo recuperado reflete fielmente o conteúdo do vídeo deletado é uma conjectura sensível, porém, longe de ser uma afirmação incontestável
Trecho da petição da defesa de Bolsonaro ao STF