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Brasil não deve atingir meta climática para 2025, projeta relatório de gases-estufa

Redação by Redação
novembro 3, 2025
in BRASIL
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Promessa era limitar emissões a 1,32 bilhão de toneladas de carbono; pesquisadores calculam que quantidade será de 1,44 bi; poluição climática cai em 2024 graças ao recuo do desmate, mas demais setores da economia registram alta

SÃO PAULO, SP ( JT) – O Brasil emitiu 2,14 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa (GtCO2e) em 2024, uma queda de 16,7% em relação a 2023 e a maior redução em 16 anos. Ao descontar as remoções de carbono por florestas, lançou 1,48 GtCO2e na atmosfera, 22% a menos que no ano anterior. A projeção, porém, indica que o recuo não será suficiente para o país atingir sua meta climática de 2025.

Os dados são da nova coleção do Seeg (Sistema de Estimativa de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa), elaborada pelo Observatório do Clima e divulgada nesta segunda-feira (3), a uma semana do início da COP30 em Belém.

A promessa do governo brasileiro junto ao Acordo de Paris, tratado internacional para conter o aquecimento do planeta, era de limitar as emissões líquidas a 1,32 GtCO2e em 2025. O Seeg calcula que o país lançará 1,44 GtCO2e na atmosfera até o final deste ano, ou 9% acima da meta.

A projeção considera as estimativas de desmatamento e a tendência dos demais setores econômicos. A poluição por gás carbônico aumentou durante o mandato de Jair Bolsonaro (19% em 2019, 8% em 2021 e 2% em 2022), o que afastou o país da meta, de acordo com os pesquisadores.

“O governo Lula 3 precisou recuperar esses quatro anos de prejuízo, mas não conseguiu”, diz o relatório.

A queda de 32,5% nas emissões brutas por mudança do uso da terra e florestas foi a maior da série histórica. Esse setor emitiu 906 milhões de toneladas de gás carbônico (MtCO2e) em 2024, das quais 98% foram por desmatamento, contra 1,34 GtCO2e no ano anterior. Assim, o desmate respondeu por 42% das emissões do país.

A redução se deve principalmente ao freio da devastação da amazônia, que alcançou o terceiro menor valor da história para o agregado de agosto de 2024 a julho de 2025, com 5.796 km² desmatados. As emissões do bioma encolheram 33%, passando de 889 MtCO2e para 525 MtCO2e.

O cerrado emitiu 207 MtCO2e, 41% menos que em 2023. A queda também está relacionada às ações de comando e controle no bioma, que teve a menor área desmatada em cinco anos.

Ao descontar as remoções de carbono da atmosfera pelas florestas, o desmatamento emitiu 249 MtCO2e em 2024, o menor patamar desde o início dos registros. A redução dessa categoria em relação a 2023 foi de 64%, a maior já medida.

Há, porém, uma ressalva: os pesquisadores estimam que as emissões por queimadas em todo o território nacional, que não entram no inventário de gases-estufa, foram praticamente equivalentes às do desmate, com 241 MtCO2e. Assim, o fogo quase duplicaria as emissões líquidas por mudança do uso da terra em 2024 se fosse contabilizado.

O cenário é resultado das mudanças climáticas e também se refletiu nos dados da amazônia. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), 38% da área devastada no bioma em 2024 se deu pela chamada “degradação progressiva”, classificação que engloba as queimadas. Não fosse o fogo, teria sido registrada a menor taxa de desmatamento da história.

“Estamos vendo um descolamento entre esses dois processos que normalmente andam juntos, o fogo e o desmatamento”, afirmou Bárbara Zimbres, pesquisadora do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), responsável pelos cálculos do Seeg no setor de uso da terra. “É um sinal de que a mudança do clima já pode estar interferindo perigosamente nas florestas.”

O pampa foi o único bioma a registrar aumento nas emissões de gás carbônico, com 6% a mais que em 2023. O pantanal teve queda de 66%, após o bioma passar por estiagem recorde em 2023 e as emissões dispararem quase 70%. A mata atlântica e a caatinga permaneceram estáveis, com reduções de 1% e 2%, respectivamente.

Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, afirmou que o corte das emissões brasileiras deve conferir um trunfo ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na 30ª conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, apesar da provável perda da meta para este ano.

“É uma queda expressiva por conta do número em si e também porque nenhum país do G20 e nenhum dos dez maiores emissores vai apresentar algo perto desse nível”, disse.

PECUÁRIA RESPONDE POR 51% DAS EMISSÕES

Apesar do corte nas emissões nacionais de carbono, os demais setores registram alta ou estabilidade na poluição por gás carbônico, um sinal de que o Brasil ainda não inverteu a curva de forma transversal na economia.

“Toda a queda de emissões cai no colo do setor de mudança de uso da terra, que é onde está o desmatamento”, afirmou o pesquisador David Tsai, coordenador do Seeg.

O Brasil continua sendo o quinto maior emissor do mundo, conforme dados da plataforma Climate Watch de 2022. Somente a destruição da vegetação brasileira poluiu mais a atmosfera do que toda a Arábia Saudita.

ENTENDA OS TERMOS SOBRE EMISSÕES DE GASES-ESTUFA

A agropecuária emitiu 626 MtCO2e em 2024, 0,7% a menos que no ano anterior, uma oscilação considerada como estabilidade. A maior parte da poluição, com 404 MtCO2e, vem da fermentação entérica do gado (o arroto do boi), que emite gás metano. O setor como um todo respondeu diretamente por 29% do total nacional de gases.

Ao incluir as emissões indiretas por desmatamento e energia, a contribuição da pecuária brasileira ao aquecimento global sobe para 51%, com 1,1 GtCO2e. A redução foi de 25% em relação a 2023, quando foram registradas 1,47 GtCO2e.

O Seeg atribui o corte à diminuição de 0,2% no rebanho bovino em 2024 e ao aumento de 11% da taxa de confinamento do gado, que limita a poluição por metano.

Quanto às emissões líquidas, a agropecuária ultrapassou a mudança do uso da terra e liderou com 42% do total.

O setor de energia segue como terceiro colocado no ranking e respondeu por 20% das emissões brutas no ano passado, com 424 MtCO2e, ou 0,8% a mais que em 2023. O maior consumo de etanol provocou a primeira queda nas emissões de transportes após a pandemia da Covid-19, que passaram de 106 MtCO2e em 2023 para 103 MtCO2e em 2024.

Já a poluição por resíduos (que inclui tratamento de lixo e esgoto) bateu o recorde de 96 MtCO2e, crescimento de 3,6% em relação a 2023. O ajuste na estimativa de população feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) elevou as emissões dessa categoria.

As indústrias, por sua vez, poluíram 2,8% a mais que no ano anterior, com 94 MtCO2e.

Os pesquisadores também calcularam que o petróleo brasileiro exportado lançou 260 MtCO2e na atmosfera em 2024, o maior valor já verificado.

Esse número não entra na conta da poluição nacional, pois a queima aconteceu fora do território do país. Os especialistas defendem, porém, que se trata de emissões com carimbo brasileiro, e projetam um aumento ainda maior caso a produção de óleo aconteça na bacia Foz do Amazonas.

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