Relator do projeto disse que, dentro dos R$ 110,7 bilhões previstos para o próximo ano, houve acréscimo para áreas como Assistência Social, Saúde e Cultura. Fachada da Câmara Municipal de SP
Roney Domingos/ G1
Os vereadores da capital paulista aprovaram nesta quarta-feira (29), em primeira votação, o orçamento da cidade de São Paulo para 2024 em R$ 110,7 bilhões – valor cerca de 16% maior do que o aprovado para este ano. Foram reservados R$ 500 milhões à proposta de implantação da tarifa zero no transporte público municipal.
O projeto em análise na Câmara Municipal foi enviado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) em 29 de setembro. Em 2024, haverá eleições municipais, e Nunes é pré-candidato à reeleição.
O relator do projeto, o vereador Sidney Cruz (Solidariedade), informou que algumas áreas receberam incrementos, na comparação com o orçamento de 2023, como Assistência Social (incremento de R$ 200 milhões), Saúde (acréscimo de R$ 30 milhões) e Cultura (R$ 25 milhões a mais).
“Conseguimos reservar R$ 700 milhões para mananciais que atendem ações importantes dentro das nossas periferias, especialmente com ações nas nossas duas represas, que é a Billings e a Guarapiranga. Além desses valores, nós tivemos também uma reserva de R$ 500 milhões para o ‘Domingo Zero’ ou ‘Tarifa Zero Noturna’, ou para um teste com algumas linhas distribuídas nos territórios da cidade de São Paulo”, afirmou o relator.
Atualmente, a cidade já paga cerca de R$ 5 bilhões de subsídios para empresas do transporte municipal, para bancar a parte que não é custeada pelos passageiros e manter o atual valor da tarifa.
A vereadora Luna Zarattini (PT) votou contra o projeto apresentado à Câmara pelo prefeito.
“A peça orçamentária apresenta gastos menores do que os do ano anterior. Então, você prevê menos, para gastar mais, e essa parcela [extra] não tem controle, não passa aqui pela Câmara Municipal, nem pelo conjunto da sociedade. A gente tem uma série de propostas: para cursinhos populares, reajuste do auxílio aluguel. Atualmente, está em R$ 400. Vamos dialogar com o relator para que a gente tenha um orçamento condizente com as condições da cidade.”
Desde 2020, a tarifa de transporte de ônibus, de trem ou metrô em São Paulo permanece em R$ 4,40. Nesta quarta-feira (29), Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, disse que é importante analisar a questão sobre o congelamento do valor, mas que é contra a tarifa-zero e pode aumentar as tarifas de Metrô, CPTM e trens metropolitanos privatizados em 2024.
“Ele [prefeito] parte do pressuposto que nos domingos, nos períodos noturnos, os ônibus operam muito abaixo da capacidade. Isso é fato, mas não é só no domingo e no horário noturno. Isso acontece em todos os horários, então tem uma questão de redimensionamento e otimização que tem que ser feita”, afirmou Tarcísio.
“Você tem que fazer conta. Quando você libera o transporte no dia de Enem, quanto é que custa? Custa mais de R$ 10 milhões por dia. Então, se você pegar 54 finais de semana no ano, a gente está falando, só nessa brincadeira, de R$ 540 milhões no ano, meio bilhão. Transporte sob pneus é uma coisa, transporte sobre trilhos é outra, então eu não vejo viabilidade financeira para dar este passo. Quando você faz essa conta, a gente vê que a conta é explosiva e aí você vai sangrar muito as contas do estado e as do munícipio. Vale a pena paralisar uma série de políticas públicas só por causa da tarifa zero? Eu acho que não”, finalizou.
Roney Domingos/ G1
Os vereadores da capital paulista aprovaram nesta quarta-feira (29), em primeira votação, o orçamento da cidade de São Paulo para 2024 em R$ 110,7 bilhões – valor cerca de 16% maior do que o aprovado para este ano. Foram reservados R$ 500 milhões à proposta de implantação da tarifa zero no transporte público municipal.
O projeto em análise na Câmara Municipal foi enviado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) em 29 de setembro. Em 2024, haverá eleições municipais, e Nunes é pré-candidato à reeleição.
O relator do projeto, o vereador Sidney Cruz (Solidariedade), informou que algumas áreas receberam incrementos, na comparação com o orçamento de 2023, como Assistência Social (incremento de R$ 200 milhões), Saúde (acréscimo de R$ 30 milhões) e Cultura (R$ 25 milhões a mais).
“Conseguimos reservar R$ 700 milhões para mananciais que atendem ações importantes dentro das nossas periferias, especialmente com ações nas nossas duas represas, que é a Billings e a Guarapiranga. Além desses valores, nós tivemos também uma reserva de R$ 500 milhões para o ‘Domingo Zero’ ou ‘Tarifa Zero Noturna’, ou para um teste com algumas linhas distribuídas nos territórios da cidade de São Paulo”, afirmou o relator.
Atualmente, a cidade já paga cerca de R$ 5 bilhões de subsídios para empresas do transporte municipal, para bancar a parte que não é custeada pelos passageiros e manter o atual valor da tarifa.
A vereadora Luna Zarattini (PT) votou contra o projeto apresentado à Câmara pelo prefeito.
“A peça orçamentária apresenta gastos menores do que os do ano anterior. Então, você prevê menos, para gastar mais, e essa parcela [extra] não tem controle, não passa aqui pela Câmara Municipal, nem pelo conjunto da sociedade. A gente tem uma série de propostas: para cursinhos populares, reajuste do auxílio aluguel. Atualmente, está em R$ 400. Vamos dialogar com o relator para que a gente tenha um orçamento condizente com as condições da cidade.”
Desde 2020, a tarifa de transporte de ônibus, de trem ou metrô em São Paulo permanece em R$ 4,40. Nesta quarta-feira (29), Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, disse que é importante analisar a questão sobre o congelamento do valor, mas que é contra a tarifa-zero e pode aumentar as tarifas de Metrô, CPTM e trens metropolitanos privatizados em 2024.
“Ele [prefeito] parte do pressuposto que nos domingos, nos períodos noturnos, os ônibus operam muito abaixo da capacidade. Isso é fato, mas não é só no domingo e no horário noturno. Isso acontece em todos os horários, então tem uma questão de redimensionamento e otimização que tem que ser feita”, afirmou Tarcísio.
“Você tem que fazer conta. Quando você libera o transporte no dia de Enem, quanto é que custa? Custa mais de R$ 10 milhões por dia. Então, se você pegar 54 finais de semana no ano, a gente está falando, só nessa brincadeira, de R$ 540 milhões no ano, meio bilhão. Transporte sob pneus é uma coisa, transporte sobre trilhos é outra, então eu não vejo viabilidade financeira para dar este passo. Quando você faz essa conta, a gente vê que a conta é explosiva e aí você vai sangrar muito as contas do estado e as do munícipio. Vale a pena paralisar uma série de políticas públicas só por causa da tarifa zero? Eu acho que não”, finalizou.