O produtor audiovisual Joaquim Lima, 25, está em um grupo menor, com 133 pessoas, mas a quantidade, segundo ele, não importa. Na sua opinião, a “graça” desses espaços é estar bem informado, com gente que entende e faz os blocos acontecerem. “É um grupo bem legal porque tem bastante gente que é do próprio Carnaval, que está na cultura de rua e toca e/ou é pernalta”, conta ele.
Em geral, os grupos de mensagens funcionam para o compartilhamento de informações de blocos que não estão nas listas oficiais dos órgãos públicos e dificilmente saem na imprensa. O jornalista e pesquisador de Carnaval, Tiago Ribeiro, explica:
Esses grupos existem justamente para divulgar a programação dos blocos não oficiais, que não contam com a divulgação da Riotur e jornais. Esses blocos questionam o regramento da prefeitura que trata bloco como evento e não manifestação cultural com especificidades próprias.
Tiago Ribeiro, jornalista
Frequentador assíduo dos blocos do Rio, ele contou ao Splash por que os blocos não oficiais fazem sucesso nos grupos de mensagens:
A maioria dos blocos surge de forma despretensiosa: uma reunião de amigos, vizinhos, uma turma no bar, do time de futebol. Não sai com pretensão de grande nível de organização. Por isso, inclusive as fanfarras (blocos acústicos, sem uso de equipamentos eletrônicos) tem se popularizado cada vez mais.
Thiago Ribeiro, jornalista
Os grupos se tornam também um lugar de socialização e encontros. Fora deles, inclusive. “Em um grupo que conhecia só parte das pessoas, já ganhei ingresso de festa de Carnaval de um membro que desistiu. E quando a gente acaba encontrando alguém do grupo, ao vivo, pela primeira vez, já rola um papo e tal, facilita a troca de ideia”, diz Ribeiro.