O comunicado técnico foi divulgado nesta terça-feira (21) no boletim MPEC (2025-U142), publicado pelo Minor Planet Center (MPC), vinculado à Universidade de Harvard, e gerou preocupação entre astrônomos e cientistas espaciais.
A NASA emitiu um alerta e ativou parte de seu protocolo de defesa planetária após identificar um comportamento considerado “inexplicável” no cometa 31/ATLAS, detectado originalmente pela Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN). O comunicado técnico foi divulgado nesta terça-feira (21) no boletim MPEC (2025-U142), publicado pelo Minor Planet Center (MPC), vinculado à Universidade de Harvard, e gerou preocupação entre astrônomos e cientistas espaciais.
De acordo com a agência espacial, o cometa apresenta características incomuns que dificultam a previsão exata de sua trajetória nas próximas semanas. Para compreender o fenômeno, a NASA anunciou a realização de um exercício especial de treinamento entre 27 de novembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026, com o objetivo de reforçar os protocolos de resposta a possíveis ameaças espaciais e aprimorar a análise de corpos celestes com comportamento atípico.
No comunicado, a NASA explicou que cometas são sistemas estendidos, cujas medições são baseadas no brilho central — o que pode dificultar a determinação precisa de sua posição. A IAWN destacou que o 31/ATLAS representa um “desafio único” para os astrônomos, já que pequenas variações no cálculo podem alterar significativamente as projeções de sua rota.
Como parte das ações de monitoramento, o Minor Planet Center, supervisionado pela União Astronômica Internacional (IAU) e financiado pela NASA, promoverá um workshop técnico sobre astrometria de cometas, voltado à melhoria dos métodos de observação e à redução de erros de interpretação.
O cometa 3I/ATLAS foi identificado em 1º de julho de 2025 pelo telescópio ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert Survey System), localizado em Río Hurtado, no Chile. O equipamento, também financiado pela NASA, registrou a presença de um objeto de origem interestelar com dimensões estimadas entre 20 e 30 quilômetros.
Segundo o astrônomo Avi Loeb, o núcleo do cometa pode ter cerca de 5,6 quilômetros de diâmetro e uma massa superior a 33 bilhões de toneladas, o que o coloca entre os maiores corpos já observados desse tipo.
Atualmente, o cometa está a mais de 670 milhões de quilômetros do Sol, viajando a uma velocidade de 61 quilômetros por segundo. O Instituto de Astrofísica de Canarias (IAC) colabora com outros centros internacionais para estudar sua composição, trajetória e implicações científicas, em um dos episódios recentes mais intrigantes da astronomia moderna.






