As ações da Petrobras (PETR4) têm enfrentado um cenário desafiador neste mês de março, registrando perdas significativas superiores a 11%. Essa queda coincide com a divulgação do balanço do 4º trimestre e a controvérsia em torno da distribuição de dividendos extraordinários.
A ausência de dividendos extraordinários, juntamente com revisões para baixo por parte de instituições financeiras e especulações sobre os próximos passos da empresa, tem contribuído para o aumento das incertezas em relação à estatal, segundo analistas fundamentalistas.
Em comparação com o final de fevereiro, quando estava cotada em torno de R$ 42,90, o preço da ação caiu para os R$ 35,77 no pregão de segunda-feira (11). A volatilidade tem sido uma constante, exemplificada por oscilações entre R$ 37,74 e R$ 35,30.
Para o analista técnico Rodrigo Cohen, a Petrobras perdeu o canal de alta que vinha mantendo até a semana anterior, quando buscava a resistência dos R$ 42,94. Segundo ele, antes da divulgação do resultado, o ativo estava no fundo do canal, o que poderia atrair compradores. No entanto, a ausência de um “gatilho de compra” em decorrência do balanço e das notícias sobre a não distribuição de dividendos extraordinários prejudicou essa perspectiva.
Cohen enfatiza que, olhando apenas para o gráfico, independentemente das notícias, a Petrobras agora pode enfrentar quedas mais acentuadas. Ele aponta que os dividendos podem ser mais atrativos para quem estiver interessado em adquirir ações da empresa. O próximo ponto relevante para PETR4, de acordo com Cohen, é na faixa dos R$ 33,40, indicando um potencial de queda de 6,5%.
No gráfico semanal, observa-se uma tendência de baixa emergente, uma vez que a Petrobras perdeu o último fundo importante em R$ 37,10, agora mirando a faixa dos R$ 33,35.
Na análise do gráfico diário, destaca-se a clara perda do canal de alta, evidenciada pela queda do último pregão e pelo gap de baixa da sexta-feira anterior, quando as ações despencaram mais de 10,5%. Cohen aponta para um gap deixado em dezembro, entre os R$ 34,59 e R$ 34,60, que poderia ser fechado.
Diante desse panorama, o mercado segue atento às movimentações da Petrobras, com investidores monitorando de perto os próximos passos da empresa e ajustando suas estratégias conforme a evolução do cenário econômico e das decisões corporativas.