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A organização de cidades na Mesopotâmia – uma região entre o Iraque, Irã e Turquia – nos tornou sedentários, agricultores, pastores e comerciantes. Nas casas familiares daquelas primeiras cidades (Ur e Uruk), foram organizadas as primeiras refeições, prelúdio dos banquetes comunitários.
Foi ainda nesse período que os banquetes surgiram. Eram (e continuam sendo) instrumentos políticos potentes e efetivos. Era uma época em que não tinham inventado a cerâmica e trituravam cereais e vegetais em pilões. Faziam pão e carne na brasa, bebiam sucos, cerveja e hidromel (provavelmente a bebida alcoólica mais antiga da humanidade).
A humanidade nunca mais deixou de realizar banquetes, eram decisivos para entronizar reis e outros mandatários. Graças à invenção da cerâmica, eles conseguiram melhorar além do serviço, o armazenamento dos alimentos. Graças aos recipientes cerâmicos, as festas com banquetes passaram a ter uma dimensão lúdica, semente da gastronomia e ao culto ao deleite culinário. Já não se tratava apenas de comer para sobreviver, e sim de desfrutar um almoço ou jantar. Passou a ser um momento carregado de simbolismos.
Os poderosos comilões.
Poder passou a ser dependente do comer. Naquela época, todos comiam com as mãos. Demoraria para aparecerem pratos e talheres. Há especulações de que usavam conchas de mexilhões e colheres de madeira ou osso, especialmente para transportar comidas líquidas até a boca. Mas são apenas ideias sem comprovação. O que mais interessa é que foram em banquetes que surgiram os poderosos. Eles eram, via de regra, anfitriões. Recebiam bem seus “eleitores”. Tinham algumas posses, eram medianamente “bem de vida”, e com a chegada ao poder, viravam milionários. Poder e comida estão entrelaçados.