Você sabe a diferença entre cansaço, estresse e Burnout? Esses termos estão cada vez mais presentes nas conversas cotidianas, mas será que sabemos identificar os sinais de cada um e quando procurar ajuda?
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O impacto do Estresse e Burnout
No Brasil, cerca de 30% das pessoas sofrem com as consequências do estresse e a síndrome de burnout, de acordo com dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt).
Em 2025, o Brasil passou a adotar a Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS), que inclui o burnout na lista de doenças ocupacionais, destacando sua importância como uma questão de saúde pública.
E ainda, dados coletados no Panorama da Saúde Mental, do Instituto Cactus, apontam que “73% dos entrevistados são incomodados pela preocupação com assuntos diversos e 68% por se sentirem nervosos, ansiosos ou muito tensos. Ao mesmo tempo, a maioria (55,8%) nunca procurou um profissional da saúde para lidar com questões relativas a transtornos de ansiedade”.
Com base nesse reconhecimento, as ações preventivas e de cuidado se tornam ainda mais essenciais.
Minha atenção ao estresse e ansiedade aumentou durante a pandemia, pelo crescimento expressivo de pessoas afetadas, que buscavam atendimento. Por isso, atuei na linha de frente, em projeto de atendimentos terapêuticos focados em tratar estresse, ansiedade e prevenir burnout.
No entanto, passada a pandemia, os sintomas de estresse, incluindo ansiedade e burnout, crescem dia após dia.
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Como identificar se você está cansada, exausta ou esgotada?
Comece por entender, o que é o estresse.
O estresse é uma resposta natural e saudável do corpo, quando se alterna entre alerta e repouso. Esse processo ativa o sistema neuroendócrino, liberando hormônios que nos preparam para lutar, fugir, congelar ou até desmaiar, diante de um fator estressor.
Por exemplo: fatores cotidianos estressores:
- Atividade física
- Aguardar uma notícia importante
- Entregar um trabalho
Então, essa ativação faz parte da homeostase e participa da regulação ciclo rítmica do corpo, e todas essas tarefas diárias e simples exigem esse “empurrão” hormonal.
Desta forma, quando a situação se resolve, o uso dos hormônios se completa, o corpo relaxa, volta ao equilíbrio homeostático e segue para o próximo ciclo, alerta-repouso.
Portanto, o sistema do estresse não é um inimigo. É uma exigência adaptativa que mobiliza energia para lidar com as demandas comuns da vida.
Quando o estresse deixa de ser saudável?
Viver situações de insegurança – financeira, emocional, familiar, social, urbana, alimentar – de forma prolongada, mantém o corpo e a mente em estado de alerta constante.
Isso ativa o sistema de resposta ao estresse — o chamado eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) — responsável por liberar hormônios como o cortisol e a adrenalina, que preparam o organismo para reagir.
Portanto, não há espaço para relaxar e o corpo não consegue retornar ao estado de equilíbrio, gerando uma série de efeitos:
- Hiperativação do sistema nervoso, quando o corpo permanece “ligado”, dificultando o sono, a digestão e o foco.
- Pensamentos recorrentes de preocupação, que reforçam a sensação de ameaça mesmo quando nada concreto está acontecendo.
- Desgaste físico e emocional, com maior vulnerabilidade a doenças e alterações de humor.
- Redução da capacidade adaptativa, pois o sistema fisiológico perde flexibilidade diante das mudanças.
Com o tempo, essa ativação contínua gera estresse crônico, o que afeta a imunidade, o equilíbrio hormonal e até as relações interpessoais — já que a pessoa passa a reagir mais por defesa do que por presença.
Resumindo:
A insegurança constante impede o corpo de sentir-se seguro o suficiente para descansar e se regenerar.
Assim é que, a base do estresse prolongado é, justamente, a ausência de sensação de segurança interna e relacional.
Consequentemente, o estado de alerta sem fim pode desencadear a ansiedade.
Ansiedade e Estresse são reações corporais semelhantes.
Geralmente o estresse tem relação com um fator estressor externo, e a ansiedade é mais difusa, não relacionada à um fator específico, muitas vezes baseada em sentimentos de medo e preocupações com o futuro.
Em ambos casos, os sistemas de regulação do corpo ficam afetados:
- Sono
- Apetite
- Imunidade
- Sexualidade
Quando tudo isso começa a falhar, a pessoa sente que está “segurando as pontas”, mas já não encontra repouso verdadeiro.
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Onde começa o burnout?
O burnout é uma consequência extrema desse processo de estresse contínuo. Trata-se de um “curto-circuito adaptativo”, que vai além da exaustão física.
Envolve sensações negativas em relação ao trabalho e percepção de ineficácia profissional.
É quando o corpo e a mente dizem “basta” e o ambiente de trabalho se revela tóxico demais para sustentar e ciclar o estresse diário.
De acordo com Dra. Christina Maslach, uma das maiores especialistas do mundo em burnout, o burnout é um fenômeno ocupacional, não individual. Isso significa que a síndrome resulta da exposição contínua a fatores estressores no ambiente de trabalho.
Por ser um fenômeno relacionado ao ambiente de trabalho, o burnout não pode ser tratado apenas de forma individual. É essencial que as empresas adotem estratégias de gestão e saúde coletiva para prevenir e tratar o problema.
Fatores que aumentam o risco de Burnout:
Maslach destaca seis fatores principais que aumentam o risco de burnout:
- Carga de trabalho excessiva sem recursos suficientes.
- Falta de controle sobre decisões e processos.
- Escassez de reconhecimento e recompensas significativas.
- Comunidade de trabalho tóxica em vez de colaborativa.
- Injustiça e desigualdade de tratamento.
- Conflito de valores, quando o trabalho fere princípios pessoais.
Glamourização do estresse: normalizar o esgotamento pode adoecer você
O risco de banalização do burnout
Christina Maslach aponta um risco importante na popularização do termo burnout, que pode começar a ser usado de forma vaga ou exagerada, como sinônimo de qualquer estresse, fadiga ou mau-humor no trabalho, inviabilizando ações mais efetivas, gerando:
- Estigmatização: se alguém é rotulado como “em burnout”, pode ser visto como “fraco” ou “incapaz”, reforçando preconceitos, em vez de abrir espaço para discutir mudanças no ambiente de trabalho.
- Soluções superficiais: empresas podem oferecer apenas ações paliativas, sem enfrentar os seis fatores estruturais que Maslach destaca: carga de trabalho, controle, reconhecimento, senso de comunidade, justiça e valores.
Por isso, o recado é claro: não basta ensinar o indivíduo a lidar com o esgotamento, é fundamental criar ambientes de trabalho mais sustentáveis, pois, se o ambiente não é tratado, a responsabilidade pela melhora, recai indevidamente sobre o indivíduo.
Diferenças entre cansaço, exaustão e Burnout
Todo burnout inclui exaustão, no entanto, nem toda exaustão é burnout. Segundo a Dra. Christina Maslach, a principal diferença entre esses termos é a combinação de exaustão, despersonalização e perda de eficácia no trabalho.
Aqui está a comparação:
Cansaço:
- Pontual e passageiro.
- Ocorre após um dia longo ou uma semana intensa.
- Com descanso, a pessoa se recupera.
Exaustão:
- Mais intensa que o cansaço.
- Surge de demandas excessivas.
- A pessoa pode ter reações físicas e emocionais com dificuldades de manter o ritmo.
Burnout:
- Exaustão extrema, com perda de prazer no trabalho e sensação de ineficácia.
- Resulta de estresse crônico não gerenciado no trabalho.
O que fazer em caso de burnout?
Em primeiro lugar, se você identifica que o burnout te afeta, saiba que não é você que “está doente”, mas sim que é o ambiente do trabalho adoecido, que afeta sua saúde.
Em seguida, é fundamental procurar ajuda profissional adequada, pois medidas paliativas podem prolongar o sofrimento.
Nem sempre empresas oferecem suporte adequado, no entanto, não colocar a culpa sobre si, já é um bom passo.
procure adotar as seguintes estratégias:
- Hidrate-se: a água é sua amiga. Deixe sempre ao seu alcance.
- Faça pequenas pausas: durante a jornada de trabalho, faça pequenas pausas, levante-se, respire com atenção.
- Pratique atividades físicas: caminhar 30 minutos por dia já pode fazer milagres.
- Escute seu corpo: atenda suas necessidades fisiológicas (segurar o xixi não salva ninguém).
- Não leve trabalho para casa.
- Pratique técnicas de autorregulação emocional.
O que fazer em caso de cansaço ou exaustão?
Se você sente cansaço ou exaustão por estresse, não ignore o descanso e as práticas de bem-estar. Higiene do sono e momentos de lazer são essenciais para sua recuperação.
Saiba que a hiper conexão intensifica o estresse. Portanto, crie “ilhas of-line”: caminhar, contemplar, brincar com jogos de tabuleiro, e outros momentos fora do celular.
Além disso, inclua na rotina técnicas rápidas de regulação: veja aqui práticas de micromomentos de cuidado
Como as terapias integrativas podem ajudar?
Participar de grupos de apoio é muito efetivo, pois reforçar-se o sentimento de pertencimento.
Sobretudo, as Terapias Integrativas ajudam, de forma muito direta, para que você encontre recursos para se reequilibrar, restaurando a confiança em si mesma e restabelecendo linhas de conexão e consciência com as forças da sua natureza pessoal.
Há muitas formas de se beneficiar, inclusive participando de sessões coletivas de BodyTalkSystem e encontros de acolhimento.
Veja mais dicas:
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- Como aliviar o estresse sem focar na respiração
- Como evitar vazamentos energéticos e reduzir o cansaço
Conclusão
Entender e identificar os sinais de estresse, exaustão e burnout ajuda a buscar a assistência certa, seja com terapias integrativas ou com apoio médico.
Considere que a chave é reconhecer as necessidades do seu corpo e agir antes que o desgaste seja irreversível.
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Celia Barboza
Terapeuta Integrativa, Celia Barboza é certificada em BodyTalk Sistem, Master em Programação Neurolinguística, Consteladora, integrando outros saberes filosóficos para uma abordagem terapêutica profunda.
celiabodytalk@gmail.com
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