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PCC movimenta R$ 5 bi de distribuidora e usa codinomes Lula e Bolsonaro para sócios ocultos

Redação by Redação
setembro 5, 2025
in ECONOMIA
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Lucros do grupo eram repartidos entre quatro sócios ligados à facção, que utilizavam os codinomes Bolsonaro, Lula, Ciro e Obama, segundo representação da Polícia Federal

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Uma investigação da Polícia Federal revela que uma distribuidora de combustíveis suspeita de ser usada para lavar dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) movimentou ao menos R$ 5 bilhões entre 2019 e 2023.

Os lucros eram repartidos entre quatro sócios ligados à facção, que utilizavam os codinomes Bolsonaro, Lula, Ciro e Obama, segundo representação da Polícia Federal obtida pela reportagem.

A investigação aponta que a empresa, criada em 1988 e chamada Duvale Distribuidora de Petróleo e Álcool, encontrava-se inativa e praticamente falida, sem comercializar combustíveis desde 2017. O faturamento em 2019 foi zero.

No registro formal, os sócios eram Celso Leite Soares, detentor de 99% das cotas desde 1996, e seu irmão, com 1%.

Entre meados de 2019 e 2020, a Duvale foi adquirida, de forma informal, por Mohamad Hussein Mourad, conhecido como Primo, e Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco.

Eles foram alvo de mandados de prisão nas megaoperações do mês passado que mirou a infiltração do PCC na cadeia produtiva do setor de combustíveis e do mercado financeiro. Ambos estão foragidos.

A Duvale é registrada no estado de São Paulo, mas a investigação foi aberta pela Polícia Federal no Paraná por tratar de um esquema que envolve suspeitas sobre dezenas de empresas com patrimônio multimilionário em Curitiba e região.

Segundo a PF, Primo e Beto Louco são amplamente conhecidos por seus envolvimentos com “braços financeiros do crime organizado, notadamente a partir de fraudes no ramo de combustíveis e outros crimes correlatos”.

A partir daí, a empresa passou a ser usada como peça central em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC.

A escolha da empresa não foi casual, segundo a investigação. O histórico da Duvale no setor de distribuição de combustíveis serviria para conferir aparência de legitimidade e reduzir suspeitas sobre as futuras movimentações bilionárias.

Essa aquisição não alterou, entretanto, o quadro societário formal nem foi comunicada aos órgãos de controle. Celso Leite Soares foi mantido como sócio de fato para integrar a distribuição de lucros.

Documentos e conversas interceptadas revelaram que a Duvale era, de fato, controlada por quatro sócios que repartiam os lucros: Beto Louco (65%), Primo (15%), Celso Leite Soares (10%) e Daniel Dias Lopes (10%).

Diversos relatórios encontrados comprovam a distribuição mensal dos lucros entre esses sócios ocultos, prática registrada de agosto de 2020 até o início de 2023.

A partir de 2022, esses relatórios de custos e repasses passaram a adotar codinomes, um expediente considerado típico de organizações criminosas para confundir autoridades de investigação e fiscalização.

No esquema sob suspeita, diz a representação da Polícia Federal, Beto Louco passou a ser identificado como “sr. Bolsonaro”. Primo era “sr. Lula”, Soares, “sr. Ciro” e Lopes, “sr. Obama”. As porcentagens de participação previamente definidas foram mantidas.

As investigações apontam que Daniel Dias Lopes e sua esposa, Miriam Favero Lopes, eram os principais responsáveis pelas operações financeiras e de lavagem de dinheiro na Duvale.

Soares, Lopes e sua esposa, Miriam, também foram alvos de mandado e estão foragidos.

A distribuição dos lucros para os integrantes da organização era feita por meio de empresas de fachada, como a ML8 Serviços de Apoio Administrativo, registrada em nome de Miriam Favero Lopes.

A empresa realizava transferências milionárias para outras firmas fictícias vinculadas aos sócios, muitas vezes sem a emissão de notas fiscais ou qualquer registro de serviços ou mercadorias.

Lopes atuava como procurador da Duvale e é apontado pela PF como um dos principais elos entre a estrutura de lavagem montada no Paraná e facções criminosas de São Paulo.

Ele passou a estruturar o esquema após deixar o sistema prisional, em 2017, onde cumpriu pena por tráfico de drogas.

Os pagamentos aos sócios ocultos eram frequentemente operacionalizados por Miriam, por meio da ML8, que fazia a movimentação dos valores para as empresas de fachada ligadas a cada integrante do grupo.

Procurados, Celso Leite Soares não respondeu ao contato. A reportagem não localizou as defesas de Mohamad Hussein Mourad, o Primo, Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco, nem de Daniel e Miriam Lopes.

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